Recidiva Foge de mim aquela luz que... Maria da Penha Boina
Recidiva
Foge de mim aquela luz que gostaria de continuar a ver
Perco já algumas lembranças, aquelas que jamais imaginei perder
Algumas dores cessaram, sem que me esforçasse para isso
Outras dores aparecem silenciosamente e incomodam
Nada vem do corpo, surgem da animosidade
É o homem em fúria destronado pelo episódio dos seus atos
É o bem perdendo para o mal
Nos pés dos poucos afortunados, a pele do animal
em contraponto, os muitos descalçados
É a impureza da memória do arbítrio à glória
Pautado no desagrado, remanescente da história.