DESUMANO HUMANO É deprimente pensarmos... Everton Medeiros
DESUMANO HUMANO
É deprimente pensarmos na semelhança
entre a mente humana de agora
e a mitológica Caixa de Pandora (na verdade um jarro).
Na perseverança do homem
o jarro já se via derramado
e apenas a esperança
nele ainda contida
segurava-se em cada lado.
A boca do homem
é a boca do jarro
e delas saíram
todos os tipos de escarro.
A crítica humana
quase sempre anestesiada
é demasiada desumana.
Com pouco tato
destruímos a firmeza moral de um bom caráter
por um único ato.
A hombridade
que leva anos para formar-se e consolidar-se
desfaz-se de imediato
aos olhos do humano nato.
Temos o julgamento e a condenação prontos
antes mesmo do fato
e tampouco nos pautamos
pelo sensato.
Basta uma pequena e infeliz ação
para devolvermos em pesada e desproporcional reação.
Não foi assim que Newton
o gênio
não obstante humano
nos ensinou.