Fortuito Por que as palavras me fogem... Jarbson Morais
Fortuito
Por que as palavras me fogem nos momentos em que mais preciso delas? Não consigo imprimir algo tão belo quanto aquele momento, nada posso naquela que me enfraquece, imploro aos deuses da poesia, e sou renegado por eles, esse é preço pago pelo pecado de não lê-los com paixão mas por vaidade, peço cheio de fé as forças abstratas um pouco de inspiração, como se sua boca real não me bastasse, foi tudo tão intenso quanto perigoso, aqueles olhares duvidosos, constrangidos, ansiosos pela próxima paranoia, e claro, invejosos, o ambiente e toda aquela movimentação, a noite, nós dois, tudo, tenho ótimos meios para concluir um enredo fascinante, uma bela poesia... NADA! não sou capaz de eternizar nosso beijo em versos imortais, não sou tao bom quanto desejo ser poeta, ou coisa do gênero, pude momentaneamente apenas existir em seus lábios, braços, cabelos e pele, ou talvez aquele memento seja realmente indescritível.