Profundamente comum Levanto, porém não... Allan Caetano Zanetti
Profundamente comum
Levanto, porém não dormi
Meus pesadelos cochilam
Tomo um cafezinho preto
Imagens me sensibilizam
Ando só no ônibus lotado
Canto no silêncio tão alto
Inúmeras caras e roupas
À espera do próximo ato
Chego ao edifício, entro
Estou preso no elevador
Mais uma porta fechada
Ou a chance de ser ator
Cada um tem sua rotina
Ganhos, perdas normais
Seria o paraíso a Terra?
Céu eu creio que jamais
Ando, corro, paro e volto
Entretenimento vale tudo
Esqueço, então, de mim
Contemplando o absurdo
Até que ponto se é feliz?
Há quem vibre na sexta
Sorrio e choro neste dia
Sou homem, logo besta.