Nunca tive grandes perdas, admito. A... Felippe Santana
Nunca tive grandes perdas, admito. A prova de português na oitava série, o horário do ônibus e a mulher amada, mas perder, para mim, ainda é um mistério. Há perdedores natos, que na prática da perda já são entendidos e até à chamam por arte.
Entretanto, confesso, presenciei grandes perdas. A juventude da mãe que se sacrifica pelo filho, o pai da filha primogênita e a mulher amada. Essa última é a que mais me lembro e menos entendo. Por isso, sempre afirmo, perder é um grande mistério.
Espero que não me julgue pela minha inocência e falta de conhecimento diante do assunto, mas prefiro me manter atônito diante de certos segredos da vida. Penso que o pleno conhecimento de todos os trâmites desfaz o encanto que envolve o mistério de viver.
Então mantenho o infortúnio de perder como um pequeno mistério.