Ficou no escuro tateando a própria alma... Milton Oliveira
Ficou no escuro tateando a própria alma
Ela parecia encanta com o novo, com o futuro
E o escuro lhe trazia uma paz imensa
Ela sabia que usava um vestido azul
Com flores e nuvens brancas, no escuro
Aquilo lhe trazia uma alegria terrena
Bebeu água como fosse a mais doce
E cantou cantigas de sua infância
Mesmo no escuro parecia ser feliz
Ficou no escuro o tempo suficiente
Para saber dos seus medos e desejos
Coisas que se entrelaçam entre si
Ela tinha os olhos mais claros do quarto
E enxergava luz nas frestas dos seus poros
Ela tinha uma vida e uma rosa rosa nas mãos
O quarto era uma metáfora em seu espírito
Ela tinha coragem de lá estar, sozinha
Mas dentro de si havia um parque de diversões sutis