SEM NADA Pernas bambas, frouxas; Nó na... Régis L. Meireles

SEM NADA

Pernas bambas, frouxas;
Nó na garganta, esganado...
Coração apertado, falta de ar;
Engasgado com palavras.
Saudades de tudo, sem ter a falta de nada...
sabendo o significado da vida,
mas vivendo sem sentido;
Dono do destino...
E agora dono de nada.
Aos olhos do mundo, radiação.
E os dias são vazios...
Mil ideias na cabeça.
E nada que encanta a alma.
Amado, amando...
Ainda assim o vazio.
Cansado do caminho, do pé na estrada,
dos versos, das rimas.
Cansado da procura na vida...
Sem sentido válido.
A música que toca insistente,
e não embala, não marca os passos;
Nem fixa na mente, não diz nada.
Gente que grita, vende de tudo...
Nada que supre,
nada que mata a fome,
nem sacia a sede.
Um tudo que não é bastante.
O dinheiro não compra o que se procura, a felicidade...
Uma eterna busca, e às vezes, tateando se procura.