Soneto de Exatidão Eu serei a que mais... Fátima Irene Pinto
Soneto de Exatidão
Eu serei a que mais ouve do que fala,
No meu olho, não verás nem mais um cisco.
Do que guardo? ... Tenho eu chave da mala.
O que falas? ... Corre apenas por teu risco.
Quero ver-me e ver-te do tamanho exato,
Nem tu comandante, nem eu comandada.
Meu espaço hei de manter, e isto é fato,
Minhas asas não serão por ti cortadas !
Compreendo o porquê me controlaste,
E o poder que exerceste sem critério,
Me retendo qual se eu fora teu fantoche.
Eu relevo os teus enganos e contrastes,
O teu medo implodido e tão sério,
De tornar-se tão somente o meu deboche.