Musa-meu-mundo, As fragatas de nossa... Italo Samuel Wyatt

Musa-meu-mundo,

As fragatas de nossa baía frustraram os comércios e especiarias do além-Continente.
Frustraram em nódoas e marolas de uma Copacabana desnudada pelos ventos e coices de cavalos-marinhos. Frustraram os escafandristas que esperavam excrementos e outras drogas.
Talvez um batom.
Não se esqueça das maquiagens e dos perfumes.
Nosso divã e nossos porta-retratos.

Os Coqueiros de Itaparica cintilaram um luar mais fecundo, mais absinto, mudo.
Nossos sóis cansados, os frutos aos pés do pé, um poema em verbo transitivo direto na areia molhada. Meu bem, aquela ilha remota e ignota perdeu-se: mar findo.

Risque meu nome do mapa. Peço-lhe sem sabores. Sem ardores. Outrora, bem outrora, além dos advérbios temporais, por cima das larvas, por baixo do colchão: desejei-te alfa e ômega.

Perdestes a beleza. Perdestes o encanto.

Musa-meu-mundo,
já não sei se te amo.

Pois digo sem pensar, sem refrear, em caudalosos verbos-croniquetas:

Até longo,
à próxima primavera que não mais cantarei.