"Família sentimental" Com o... Monica Campello

"Família sentimental"

Com o passar dos anos, vamos aprendendo a lidar com cada tipo de pessoa. Aprendemos também o tipo de relacionamento que devemos ter com as pessoas a partir do que elas indiretamente nos ensinam através de seus gestos e atitudes. Aprendemos também que não há motivos para ficar ressentido quando dão preferência à presença ou companhia de outra pessoa em detrimento da nossa haja vista haver nisto a revelação do modo delas de verem e conceberem as coisas.

Aprendemos, ainda, além desta questão de relacionamentos, algo interessante com relação especificamente aos laços de família. O que é família? Aprendemos que “família” é aquele grupo formado por pais e irmãos, às vezes até avós, ou alguém que compartilhe conosco do mesmo lar sob o mesmo teto. Quando crescemos, a tendência natural é nos casarmos e formarmos novas famílias. Contudo, naquela anterior aprendemos sentimentos familiares por aqueles membros que a compunham, e esses sentimentos nos acompanharão a vida inteira e nunca se apagarão. Assim, aquela primeira família deixou de existir, mas deixou a sua herança registrada no convívio entre aqueles membros específicos, de modo que nasce um sentimento “familiar”, não mais família, mas “sentimento familiar”, o que nos leva a entender que o nosso irmão e a nossa irmã permanecem como “família” no coração.

Então, chegamos ao entendimento de que há dois tipos de família: a “família original” e a “família sentimental”. Portanto, nossos pais e avós nos deixam um legado de fraternidade eterna que se caracteriza por “sentimento de família” entre irmãos. Isto não inclui os demais parentes como tios, sobrinhos, primos, etc., mas tão somente os irmãos que foram criados juntos naquela família. Eles se casam, formando uma nova família – composta pelo casal, com filhos ou não. A nossa “família sentimental” está atrelada ao irmão ou irmã, e não à família que eles constituíram, pois esta pertence a eles, não sendo nossos familiares, mas parentes.

Quando entendemos isto, tornamo-nos prontos para conviver em paz com todos, sem quaisquer sentimentos de rejeição ou exclusão, mas com a abençoada compreensão de que a tendência natural de cada família é dar prioridade a seus próprios familiares, assim com eles quanto conosco. Nisto há paz, harmonia, amor.

Eu tenho três “sentimentos familiares”; somos quatro compondo uma “família sentimental”. Eles serão sempre e eternamente a minha família, a família que Deus me deu. Obrigada, Senhor.

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