Ilusão Tudo ilusão, tão fantástico... Jádi Ramalho
Ilusão
Tudo ilusão, tão fantástico como um livro desfolhado, parece o fim mas é o começo de nada ou de tudo.
Teus olhos brilham e me seduzem, eu me embriago na viagem da sua nudez e te devoro como o melhor manjar
O tempo me engana sem limites e eu acredito que tudo é perfeito, caio da cama e choro a dor da despedida.
A vida vai passando e tudo esta além do bem o depois do mal.
Eu choro com medo, mas tudo é nada diante da dor de perder o que não tenho.
Consegui colher o inexistente, colhi flores e me espetei nos espinhos, plantei sementes e cai na relva, me calcei do vento e te avistei.
Estou deslumbrada com a beleza da chuva que molha a noite, sem pedir licença seca a fronte com as mãos sedentas por carícia.
Enquanto a águia desperta do voo, a malha desfia nas veredas do destino e o lobo devora sua presa com vontade.
Só quero descansar no dia que amanhece sem graça e sem cor.
Almejo te ver no ar que em minha volta está.
Saio correndo na sua frente, sua sombra me enche de desejos.
Eu tropeço no seu gosto e você desperta do sono e me ama com o gosto de um sabor amargo como o mel e doce como o fel.
Quero me dar e me entregar, mas suas mãos estão suando, sua fronte esta muito distante e eu te querendo com sede.
Sem se importar, você se deixa levar na delicia dos meus encantos.
Preciso gritar mas a boca se retirou para o vinho e eu aqui sozinha me rendo a dor da desilusão.
Te imploro fica que a febre cessa, mas você resiste, não quer meu amor.
Sai a se aventurar mas não encontra e volta como bolas sopradas ao vento, eu te aceito envergonhada.
Desejosa eu te amo e nas redes da malha da loucura e do desejo, te abraço e passamos a noite no deleite do prazer.
O dia amanhece risonho e te leva de mim, então eu choro e acordo para um dia novo sem você.
Jadi Ramalho