Conversas vagas que sugam o meu... lua

conversas vagas que sugam o meu intelecto
tantas crenças, ideologias
que sufoco estar ali
não precisa e nem queria falar
ou enfiar qualquer coisa na cabeça de alguém
na verdade, eu queria mesmo era descansar
querer a paz, e fazer a paz
como fazer paz criando guerra?
contenta trazem intrigas
tamanha as críticas,
batem e rebatem
de um lado pro outro
sem parar, julga um que julga o dois, que julga mais ainda o três que volta a julgar o um
meu olhar estagnado buscando a mansidão se frusta diante a tantas armas
palavras atiradas como balas perdidas
jogadas para atingir
querem revidar
mas,
a quem devem tanta explicação?
esse zunzunzum na minha cabeça,
to enlouquecendo, perdendo a razão
onde ficam os campos verdes?
onde estão as águas doces?
o mar salgado que purifica?
me carrega.... é pesado desse lado,
há para mim um espaço de luz?
quero aquietar-me,
silenciar-me,
e digerir meu eu....
me tiram o sossego,
querem jogar em minhas mãos instrumentos que ferem
mas, não, não, eu não vim pra fazer guerra,
vim a missão de paz,
minha arma é o amor,
e não sei engatilhar discórdia
a única revolução verdadeira é o amar,
conjugo esse verbo
mas,
tudo é vasto de maldade
eu apensas uma alma com uma mensagem, num corpo minúsculo diante a tamanha desigualdade
vezes indefesa, pareço tão incapaz
mas vou como vim, e para que vim,
levando, trazendo, espalhando a paz
aos murmúrios alheios,
as almas que vagam e as bocas cheias de corações vazios
meu lamento,
mas não me fez crescer esse fermento
a canção mansa que me faz dormir,
é a mesma que me faz acordar e perambular
quem a ela se rende, sai dançando
com a vida de rosto colado
minhas garras não vão parar de movimentar
ainda que em uma terça-feira de abril a angústia me invada
e minha vontade é ser arrebatada
para um lugar do tudo, ou simplesmente nada
permaneço revolucionária,
a única verdade que me move:
o amor!
não vão me calar,
não vão me esfriar
eu sou a resistência.