Reclamamos, reclamamos e reclamamos de... Icaro Fonseca
Reclamamos, reclamamos e reclamamos de quem não faz o que queremos, da forma como queremos e, o que é mais engraçado: reclamamos de quem não é aquilo que simplesmente dizemos que é para ser.
Por vezes nos perguntamos sobre os porquês daquela ou daquelas pessoas portadoras de certas atitudes; ou falta delas. Nos questionamos sobre seus corações e mentes, afinal, como seriam capazes de ser tão frias, sádicas, más ou até boas demais para o nosso próprio discernimento compreender?
A questão principal desse jogo é a falta de paciência da nossa parte para parar um pouco, só um pouco e refletir que os outros são o que são. Sim, simples; os outros são o que são. Não há muito o que mirabolar. Eles são eles. Há coisas que são fúteis para tentarmos entender por meio de fantasias, afinal só o outro sabe o que de passa por baixo da própria pele. Não sentimos um eu que não mora dentro do nosso próprio.
Eles, os outros, são dignos de suas próprias peculiaridades únicas, embora sejam da nossa raça. Da mesma forma a gente em relação aos demais. E bom, pode até ser que sejamos os deuses de nossos mundinhos, com nossas normas e com nosso mudo de ser e ponto final.
Mas não custaria muito se tentássemos compreender a incompreensão alheia para com a nossa em prol do combate ao sofrimento imaturo. Eles não são capazes de ser a gente e nada podemos fazer em relação à isso. Pode ser que se pareçam muito, mas só parecem.
E olha, quando a gente começa a aceitar o fato de os outros não conseguem não ser da forma que somos, também não conseguimos ser eles –, o que não somos e assim, começamos nos preocupar com questões mais solúveis, como por exemplo: olhar para outros mundos como outros mundos que são, em vez de acharmos que são todos espelhos e, como tais, deveriam agir de acordo com o que nossos mimos bobos se sentem no direito de querer que sejam.
– Icaro Fonseca