SAUDADES SECAS (soneto) Saudades secas,... Poeta mineiro do cerrado -...
SAUDADES SECAS (soneto)
Saudades secas, no cerrado, banham
De lágrimas as lembranças já findas
E assim choram, tristonhas, e choram
Enxugando o soluço em sujas nerindas
Quando entardece as noites revindas
É hora de preces que os céus imploram
Oram de mãos postas, e ali tão pindas
Que tristuras secas, molhadas choram
Ao juntar estas secas dores na oração
Em vão as rezas murcham na emoção
E as saudades bebem fel na cacimba
São nostalgias que vivem de ilusão
Choram, oram, imploram recordação
Se quando no peito esquecer catimba
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano