Depressãolândia Para pessoas que... Sérgio Alberto Bastos da...
Depressãolândia
Para pessoas que observam de longe a Cracolândia, parece um problema sem solução. Imagino que para quem está perto o pensamento é o mesmo.
Entre tantas soluções propostas e ações estabelecidas, o que se observa é que não há uma única medida salvadora e sim um Sistema de medidas que coordenadas e constantes podem ao longo do tempo resolver, para o bem dos usuários, essa tragédia urbana escancarada.
Quero contribuir com uma ideia simples.
Quando eu era adolescente, após levar um fora de uma moça que pretendia namorar, fiquei chateado e uma senhora de oitenta anos me aconselhou: “veste sua roupa mais bonita, fica lindo, vai passear e ao passar perto dela finge que não está nem ligando para ela.” Não deu outra, alguma coisa dentro de mim, depois disso, revitalizou meu ânimo e a percepção do meu valor.
Proporções extremamente diferentes a parte, a lição é que a aparência pode derrubar ou levantar a percepção que temos sobre nossa vontade de viver ou se entregar à morte.
Na Cracolândia, o grito de socorro dos usuários fica estampado na forma flagelada de suas roupas, cabelos e higiene.
Não se trata de maquiar o problema ou de apenas fazer com que fiquem belos por uma semana.
O que indico é que ampliem e façam com continuidade e excelência, uma serviço que proporcione sem pedir nada em troca, as condições para que, ao mudarem de aparência e ficarem iguais ou melhores do que eram antes do processo das drogas e da situação de rua, possam introspectivamente ascenderem uma faísca de esperança e de dentro para fora votar a movimentar o amor próprio.
Só há sonhos e esperanças quando uma pessoa primeiramente se ama. Como se amar, quando diante de qualquer objeto que reflete, enxerga apenas um trapo humano.
Sérgio A.B. Paixão (Página do Facebook: Brasil e eu)