Justiça entre os sexos Tenho uma... Arcise Câmara
Justiça entre os sexos
Tenho uma tradição, se eu lavo não enxugo, se cozinho não lavo louça, peço perdão por qualquer coisa que eu tenha feito e aceito pedidos de perdão também. Nada me assombra tanto quanto as palavras não ditas nos relacionamentos.
Vou lhe dar um novo conselho, sintonizem os corações e os espíritos, paz não é somente ausência de briga. Paz é ter tempo, paz é aprender, paz é se importar, paz é aproveitar os momentos bonitos da vida.
Acho que quando a gente fala demais, fala o que não deve. Eu vivo essa experiência quase diariamente, sei que há dizeres necessários e secundários. Os necessários precisam ser ditos, e o que eu digo não precisava ser dito.
É preciso limpar a sujeira todo dia, refletir que há palavras que são muito fortes para serem ditas, acho que os casais não se separam por falta de amor, acho que a maioria dos casais tem alguém que se sente sufocado, cansado, infeliz. É dessa injustiça que eu estou falando.
Tem gente que procura ajuda tarde demais ou se esforça pouco, isso não salva um relacionamento. Caso você tenha perdido um super-relacionamento fique longe e parta para outra, tudo que um dia acaba tinha uma razão de ser.
Relacionamentos quando acabam, não tem conserto, seja como for, há um limite até onde se pode ir com essas ideias. Não devemos cair no jogo eterno de “e se...” nem nos arrepender do fracasso. Fracassos nos fazem refletir.
Às vezes a gente só vê as coisas com clareza depois de acontecidas, daí a gente percebe que privatizou o casamento, deixou sem ar, isolado, solitário e vulnerável e não estou dizendo que a culpa é só nossa. Cada ação, uma reação.
O maior problema é quando falta dinheiro ou quando o “eterno provedor” ficou sem trabalho. Antes as mulheres se mantinham em casamentos horríveis porque não podiam se dar ao luxo de ir embora. Faltava grana para sobreviver.
Hoje, idealizamos as culturas em que as pessoas ficam casadas para sempre, mas não devemos supor automaticamente que a duração do matrimônio é sempre sinal de contentamento conjugal.