Desde que fomos desumanizados, passamos... Rogéria Cardeal hta
Desde que fomos desumanizados, passamos por processos dolorosos, onde fomos taxados de coisas, coisas que possuíam partes atrativas.
Sarah Baartman, que 1810 passou a ser vista como étnicos humanos exóticos, exibida como um show "no circo" ... e mesmo depois de morta em 1815, teve seus retos mortais e genitais em um Museu em Paris.
Países como Noruega, França, Alemanha mantiveram negros em zoológicos. Minha total perplexidade, pelo Brasil manter a mente fechada em seguir um padrão onde nos exclui a cada dia.
Exótico, desde sempre um termo usado para dar referência ao negro, hoje tentam maquear, como elogio, para aqueles que ingressam ao mercado da moda.
De atração de circo, zoológico, aos que tem seus cachês mais baixos, aos que não tem direito a passagem e hospedagem. Outrora analfabetos, hoje estudados o suficiente para saber e entender o quão doloroso é fazer parte de qualquer espaço e principalmente este mundo, onde somos um cabine que pode estar em telas ou vitrines, desde que passemos pelo cicloturismo ou nos tirem nossa coroa (nos danos lugar de Carecas), ou até mesmo quando precisam chocar com algo exótico.
Raramente o negro está ligado ao Belo, quando a campanha pede beleza e glamour não somos cotados.
Estamos presentes em marcas impactantes, onde se fala muito em diversidade, porém, estamos em destaque com alguma característica nos looks, acessórios, makes, com algo bem diferente, pois não somos vistos humanos, apenas como algo que chama atenção.
As exibições das genitais não pararam com sarah. Podemos notar em campanhas, como que se os negros não tivessem acesso ao palavra pudor, quando são convidados a estar sempre amostra.
Como se a nossa sexualidade excedesse todo e qualquer entendimento e capacidade.
E o mais intrigante, como podemos perceber ao longo, como os nossos próprios capatazes são os mentores a nos convencer a certas alianças, e nos dizer que este é nosso lugar.
Quando se alcança algum lugar de status nesse mundo e ao invés de unir para impor, nos impõem a ditadura do colorismo ou exibicionismo. Nos cobrando um padrão de perfil e simetria de corpos já derrubados na Europa... mas o que esperar de um país que foi o último a abolir a escravidão???
E onde nos pegamos sempre nos questionando: " onde ir nesse negro mundo da moda?"
Para encerrar com uma boa e alegre notícia, expectativa: " A FCS comunicações , através da produtora Fabiana Cândido, está levando a modelo Rogéria Cardeal Hta, produtora do projeto Hta Beauty Fashion Brasil, a Milão Itália, não para ser exibida em um show mas, para mostrar o show que podemos dar nas passarelas, com nossa beleza única e competência. "
Rumos ao 2 Incontro Dei Brasíliani Nel Mondo.
Para desfilar para o estilista conceituado Guilherme Tavares.
Representando a Mirror Models de Sabrina Zanini.
É todas as meninas e meninos de periferia, negros que sonham e sim é possível.
Matéria escrita por,: Rogéria Cardeal Hta
Modelo, atriz, produtora e jornalista.