O que adianta aligeirar por você tenho... R. Matos
O que adianta aligeirar por você tenho remorso
Vai me soltar deixar melindroso
Conseguiria se fosse mais meticuloso
Mais só açodado e não sei ser auspicioso
Apenas as costas na frente da barriga, autêntico presunçoso
Impressionar uma mulher não é conquistá-la, isso é impetuoso
Tem que ser mais lírico um rapaz amoroso
Escorregado no seu magnetismo um bando de libidinoso
Você provoca entorta mais continua com seu jeito acintoso
Eu não disponho de disputar ninguém sou declarado ansioso
Logo caído gente assim não tenho azo de cultivar fico rançoso
Não é questão de tentar, também não sou ocioso
Apenas sei o meu lugar sujeito pacífico poroso
Uma fobia de sofrer, sempre receoso
Mais ti asseguro se diligenciasse seria o meu valor mais precioso
Execro a mim mesmo noite e dia por ser asqueroso
Por não reluzir na caligem, por falta de ser ambicioso
De ir fundo dá a cara para apanhar, de ainda não ser exitoso
Sou uma cabeça que leva ainda como um jocoso
A própria desgraceira, isso e tenebroso
O nosso lado comum e que temor terás, certo tendencioso
Depois de chegar o frio e escuro do meu coração cauteloso
Se pergunte, por que ainda estou nessa se não sou audacioso
Nadinha e meu, mas conservo um ar belicoso
Livro, e um amor ainda que seja custoso
Não o último dos boêmios, tão pouco romântico, só custoso
Enquanto a ampulheta trabalha eu persisto criterioso
Por que como os outros não serei, aquele cara vigoroso
Apenas o discrepante de tanto outros que existem garboso
Com aquele toque único que me entono de teimoso.