FIGOS Umberto Sussela Filho Aqui em... Umberto Antônio Sussela...
FIGOS
Umberto Sussela Filho
Aqui em frente de casa existe uma figueira, dessas que os figos são usados para doces, compotas, enfim acredito que todos conheçam.
Sempre esteve ali, mas só depois de algum tempo comecei a observa-la.
Comecei a observar de como atravessou todos esses anos e como está produzindo mais e melhores frutos.
Quantas estações, sóis e tempestades foram superadas, sempre ali, se adaptando as circunstâncias que o tempo lhe impôs.
Houveram situações que ela foi podada e alguns dos seus galhos retirados, mas ela formava outros galhos, com o intuito de se equilibrar.
Outras vezes pequenos cortes lhe atingiram, mas ela voltou a brotar e a produzir mais e melhores frutos.
Em tempos difíceis ela perdeu suas folhas e pareceu estar morta, mas em seu interior só estava se preparando para o despertar da primavera e o explendor do verão.
Ela está ali a se adaptar e a recomeçar, sempre que necessário e a dar frutos a quem for que passe pelo seu caminho e queira aprecia-los.
Observando, vi que muitos cortes são necessários a renovação e podas necessárias para frutos mais saborosos e abundantes.
Não diferente em nossa vida, é a compreensão do tempo e de suas variações, das podas, dos cortes que são necessários para novos galhos, novas folhas, novos e melhores frutos.
As folhas como o nosso corpo, desempenham seu papel e caem em um processo natural.
Como temos reagido as podas, aos ventos e as tempestades?
Como tem sido nossos figos, doces ou amargos, escassos ou abundantes?
Enfrente as interperies, sabendo que logo em seguida mudarão as estações e o recomeço seguirá seu ciclo.
Use as podas para frutificar mais e melhor, para deixar aos outros uma lembrança doce sobre você.
Saiba criar outros galhos mesmo que os cortes sejam inesperados e profundos, a fim de que haja sempre o equilíbrio.
Cresça continuamente para que sua presença não fique despercebida e notem a força que existe no recomeço.
E quando chegar o verão, aproveite-o em sua plenitude, sem rancor, sem mágoas que decorrem das podas e quebras impostas.
Produza mais frutos para aqueles que lhe machucaram, mostrando que oferecemos o melhor que temos.
E quando fores sacudindo por um vento forte, que derrube suas folhas e seu trabalho, não relute com desânimo, mas aguarde paciente a chegada de um novo ciclo.
O recomeço é um presente que supera todas as frustrações, o tempo não para, tudo se ajeita, no equilíbrio constante e na adaptação as interperies.
Não espere o fim dos danos, mas aguarde pacientemente a dádiva do renascimento no seu explendor.
Sirva de pouso para os que voam e buscam em ti uma parada para o descanso, abra seus frutos é mostre-os para que possam saborea-los.
Análise as Figueiras em seu caminho, que nos ensinam e não esperam nada em troca.
Não se deixe secar pelos contratempos e aprenda a recomeçar para que seus frutos sejam doces na memória dos que se aproximaram de sua existência.