Élcio José Martins PAI Pai nosso que... ElcioJose
Élcio José Martins
PAI
Pai nosso que estás no céu,
E na terra sob o véu.
Presenteia-me com o troféu,
Sou declamador, sou menestrel.
Declamo alto seu nome,
De um amor que me consome.
Carrego no peito incólume,
Seu brilho e codinome.
Fruto espermático,
Do prazer orgástico.
Frissom lunático,
Do êxtase enigmático.
Das vindas e bem vindas,
Tu não sabes ainda.
Foste tu meu leme e meu rumo,
Foste tu a matriz, eu sou o resumo.
Das lições bem dirigidas,
De respostas arguidas,
Deste-me guarida,
Fez-me homem nessa vida
Seu tempo foi meu tempo,
Nem que tinha contratempo.
Deste-me a força, o amor e o carinho,
Fizeste meu cenário e meu ninho.
Compreendo o esforço outrora,
Não dei valor fiquei por fora.
Só percebi agora,
Quão grande é esse amor que aflora.
Das repreensões recebidas,
Às vezes dolorida,
Foi apoio na subida,
De uma alma distraída.
Pai, ser seu filho é um orgulho,
Pra defender seu nome eu juro,
No rio com piranhas mergulho,
Ando em espinhos e descalço em pedregulho.
Obrigado pelo abraço e afeto,
É um exemplo pra seu neto.
O amor que não te dei à época,
Hoje o meu coração te hipoteca.
Sem tu não viveria,
Nem viver atreveria.
Pois com sua maestria,
Me deste a alegria.
Me deste o mundo e um pouco mais,
Me deste o amor dos animais.
Fez-me poesia de seu amor,
Cantou meu sorriso e sofreu a minha dor.
No jardim você é a flor,
Na escola é o professor.
Na família o genitor,
E de Deus o sucessor.
Obrigado pai, por tudo que errei,
Obrigado pai, pelo pouco que retornei.
Mas agora que cresci eu sei,
Sempre, sempre, muito e muito te amei.
Élcio José Martins