TOCAIA (soneto) Dói-me esta constante... Poeta mineiro do cerrado -...

TOCAIA (soneto) Dói-me esta constante tal espera do que já não mais tem donde vir que o desejo insiste em querer ir aguardando na ravina da quimera Doí-me uma d... Frase de Poeta mineiro do cerrado - LUCIANO SPAGNOL.

TOCAIA (soneto)

Dói-me esta constante tal espera
do que já não mais tem donde vir
que o desejo insiste em querer ir
aguardando na ravina da quimera

Doí-me uma dor insana, há existir
a cada alvorecer duma primavera
da ausência, da saudade, sem era
e do que não se tem, e quer pedir

Dói! O tempo a passar, eu quisera
poder nele estar e ali então devir
chorar, alegrar... ah! se eu pudera!

Como eu não sei como conseguir
a tocaia no peito se torna megera
e a alma romântica se põe a fingir

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 15 de julho
Cerrado goiano