Não alimente sentimentos ruins Não me... Arcise Câmara
Não alimente sentimentos ruins
Não me envergonho de chorar na frente de quem quer que seja, não me envergonho de eliminar da vida falsos amigos, muito menos de mostrar fragilidade, gosto de estar perto com quem se parece comigo.
Curto companhia de quem não me desperta culpa, gosto de compatibilidade. Chega de dor de amor, chega de tirar as mágoas do lugar e bagunçar o coração, chega de ser responsabilizada por opiniões de terceiros.
Eu não sou nem metade do que eu gostaria de ser, preciso me adaptar a uma vida mais saudável, queria o luxo de dormir oito horas, queria descomplicar quem amo e valorizar mais o que tenho.
Queria deixar de mentir para agradar ou ainda deixar de brigar com aquela amiga que gosto de montão, sei que sou extremamente difícil, como alguém consegue ser bruta e sensível ao mesmo tempo.
Morro de medo de perder minha liberdade, tenho medo de abordar assuntos não favoritos, não sou adepta a olhar para trás, nem parecer ser aquela família perfeita que de perfeição só há o amor.
Cansei de ficar triste por assuntos que eu não posso mudar, não sou apegada as coisas, nem mesmo as coisas que para os outros tem valor sentimental. Já falei atrocidades inimagináveis das quais já fui perdoada, mas no fundo eu não me perdoei.
Já ouvi um dobra a língua para falar de alguém, quando eu realmente estava sendo injusta e julgadora. Sempre choro quando alguém chora. Me sinto desconfortável em me separar de quem amo.
Eu por vezes fui cercada de pessoas que adoravam me colocar para baixo, eu já fui muito magoada por quem amei, eu já deixei datas comemorativas perderem o seu sentido festivo.
Finalmente conseguir enxergar quem não me trazia alegria, me afastei de quem reclama muito da minha voz enjoadinha, me afastei de quem acha um exagero minha desordem organizada, me afastei para evitar o desgaste.
Cansei de fazer tudo para agradar, cansei de ser devorada pela ansiedade, cansei de sofrer continuamente tentando ser aceita num modelo ideal que não existe, cansei de sucessão de erros de me moldar a padrões para valorizar quem não faz nada por mim.