Quando o luto chega à porta A gente nem... Arcise Câmara
Quando o luto chega à porta
A gente nem espera e ele aparece, desestrutura a gente, ficam os porquês. Sei que da morte ninguém escapa, vou eu, vai você, mas assim sem avisar, na rapidez, sem chances para despedidas calorosas e amáveis. Vontade de ir primeiro, ir na frente, ficar no lugar do outro, ir junto. Estou sem forças, quero morrer junto, qual é o sentido viver sem meu esposo, meu amor, meu marido, meu companheiro, meu filho, minha vida? Força? Onde eu compro? Quem vai substituí-lo? Quem vai me ouvir, me fazer rir ser meu companheiro de viagem? Quem vai abrir a porta do carro, namorar e falar com delicadeza e respeito sempre desde que nos conhecemos. Quem será o inteligente que acompanhará meus raciocínios políticos, profissionais e intelectuais? Para todas essas pergunta a resposta grita em meus ouvidos. NINGUÉM, ninguém substitui um ser insubstituível, ninguém substitui os momentos de amor, de alegria, de união, de uma vida maravilhosa. Eu tirei a sorte grande e não busco substitutos, o que busco é a vontade de tê-lo ao meu lado para sempre, sempre com amor, amor que nunca acabará.