Mas, mesmo assim, de vez em quando eu... Haruki Murakami
Mas, mesmo assim, de vez em quando eu sentia uma pontada violenta de solidão. A própria água que eu bebia, o próprio ar que eu respirava, pareciam longas agulhas afiadas. As páginas de um livro em minhas mãos assumiam o brilho metálico ameaçador de lâminas de barbear. Eu conseguia ouvir as raízes da solidão rastejando através de mim quando o mundo estava em silêncio, às quatro horas da manhã.