Élcio José Martins O PARAÍSO... ElcioJose

Élcio José Martins
O PARAÍSO ENVERGONHADO
De tanto ver seu nome no lamaçal da corrupção,
Nosso País esconde a face com vergonha de ser Nação.
As lágrimas derramadas escorrem pelas calçadas sem fama,
Lubrificam as engrenagens da justiça sob os auspícios de Dalai-Lama.

As turbulências não são passageiras não,
Viajam em nosso País desde o reinado de Dom João.
Cada dia uma nova decepção,
Cada estrume de vaca que se vira, tem alguém metendo a mão.

Políticos desonestos camuflam nas folhas da impunidade,
Fazem Leis que escancaram a desonestidade.
Não envergonham se massacram a sociedade,
São sem limites, perderam o brio e a dignidade.

Os bandidos com e sem colarinhos diferenciam-se nos ninhos,
Por necessidade ou opção seguem os desvios dos caminhos.
Os eleitos pela sociedade massacram e matam de mansinho,
Desrespeitam os cidadãos tratam todos por povinho.

Envergonhamos frente ao mundo da ética,
Pela exposição dessa classe doente e patética.
Não importam as enormes filas nos hospitais,
Não importam as crianças famintas nas capas dos jornais.

O tempero tá sem sal,
Já nem se sabe o que bem e o que é mal.
O Paraíso envergonhado pede perdão,
De fazer seu povo como escudo e paredão.

A Justiça como grãos de milho no galinheiro,
Apena um ou outro, busca agulha no palheiro.
As Leis covardes e protetoras,
Tiram o mel e o favo das classes trabalhadoras.

Com seus direitos surreais e especiais,
Surrupiam do cidadão o pão, a dignidade, seus bens materiais e emocionais.
A população ta triste, mas espera solução,
Só não sabemos quem poderá nos salvar da atual situação.

A sociedade repele a corrupção, mas comete os mesmos deslizes,
Precisa ser vigiada para não mostrar suas raízes.
Surrupiar os bens alheios saqueando o que é de outro,
Não pode ser normal numa sociedade que pede decoro

A desonestidade está alinhada ao outro, sem semelhança,
Mas o que difere é a oportunidade e a vigilância.
Não percamos a esperança, vale à pena acreditar,
Ensinar a criança é o caminho para o futuro melhorar.

O verde da floresta carioca pede respostas,
O Cristo Redentor se pudesse ficaria de costas.
Brasília nem a amarela dá aquarela,
Nossa Minas do ouro e pedras preciosas, tão bela ficou ridicurela.

O norte e nordeste do povo sofrido e esmarrido,
Sempre foi cabo eleitoral do candidato de nariz comprido.
Mas a fé em oração faz esse povo sabido, muito unido,
Não há desgraça que destrua esse amor construído

Da tapioca ao queijo mineiro,
Do arado, do jegue e do carreiro,
Das mansões, dos casebres e dos veleiros,
Não importa crenças e diferenças, ainda somos brasileiros.

Precisamos de coragem e decisão,
Levar a Bandeira verde e amarela numa só direção.
Arregaçar as mangas e gritar bem alto com a voz do coração,
Somos donos desse país e não vamos tolerar enganação.

Como brasileiro estou morrendo de vergonha,
Para o mundo somos frouxos acreditando na cegonha.
São promessas de ressacas num dia de curtição,
Somos sugados, sem dó, até sangrar o coração.

Logo chegará a hora da eleição,
Na telinha da TV pra tudo tem solução.
O discurso é o mesmo, mas com muita embromação,
Pra conquistar o voto na época de eleição,
O candidato é travestido de bondade, amor e compaixão.

Se os partidos fossem bons não seriam fatiados,
Como são partidos nunca serão inteiros e apropriados.
Ainda temos voto, a maior arma que temos,
Façamos dele o justo, o perfeito e tudo que queremos.

Élcio José Martins