Élcio José Martins O MILAGRE... ElcioJose
Élcio José Martins
O MILAGRE ENVERNHONHADO
No discurso venceu batalhas,
Venceu exércitos, escudos e muralhas.
Prometeu cortar com lâminas e navalhas,
Disfarçadamente transformou liberdades em cangalhas.
A contra ditadura,
Sempre cuspiu doçura.
Jogou fora a formosura,
Feriu a história da postura.
O recado que era dado,
Da lamúria e do humilhado,
Escondeu que tinha lado,
Quando o poder foi conquistado.
A nação pediu clemência,
Pediu o banho da decência.
O contra ponto é a inocência,
Dos que defendem a violência.
Jogou fora a oportunidade,
De ficar bem na posteridade.
Destruiu a propriedade,
Todo bem da sociedade.
Descarrilou o bonde da história,
Na algibeira o dinheiro da memória.
O tempo da meia volta,
Mais uma vez, sofre o filho da derrota.
Nas linhas em branco foram escritas,
Frases de efeito, ditas e reditas.
Falam os verbos nos discursos que palpitas,
Defender o caos soam coisas esquisitas.
A verdade se consome na mentira,
A aceitação se transforma em ira.
No balão o cidadão ainda respira,
A gastrite da nação bebe chá de sucupira.
Hoje o enredo só mete medo,
São Thomé não acredita no que é segredo.
Somos filhos de um passado de degredo,
Foram fortes as palavras de Figueiredo.
Envenenou o rio das ilusões,
Tropeçou no trotar dos alazões.
Vendeu caro as promessas nos fundões,
A mudança se dará bem distante dos canhões.
A mudança não tardará,
A fome da certeza acabará.
A banda novamente vai tocar,
O hino da vitória numa noite de luar.
A alegria da cantiga se ouvirá,
O coração tristonho alegrará.
O sorriso ainda mais se abrirá,
Desistir jamais. Temos um Brasil pra reconquistar.
Élcio José Martins