Élcio José Martins EM BUSCA DA PAZ... ElcioJose

Élcio José Martins

EM BUSCA DA PAZ

Caminhei por caminhos certos,
Obscuros e incertos,
Fui água nos desertos,
Insensatez de espertos.

O tempo é a cura,
Ou a espera de bravura.
Semente de ternura,
De aventura e desventura.

O que busco ainda não sei,
O que achei por certo conquistei.
Acho que um dia amei,
Com firmes passos, não desanimei.

Ouço boleros de saudade,
Do tempo de mocidade,
À espera da idade,
Pra encontrar felicidade.

Cada encontro, um desencontro,
Preciso entender do ponto,
Pra não deixar sabor do espanto,
Suspiro calmo, ao ritmo do canto.

O que tem atrás da curva,
Espero parreira e uva.
A mão que pede a luva,
Ara a terra e espera a chuva.

O peito tá apertado,
Da dor do corpo atropelado.
Delírios de sonhos manchados,
Desejo louco do sonho sonhado.

Ao som romântico, um recital,
De Juan Gabriel e Rocio Durcal,
Afaga a alma e adormece o mal,
Da dor que chora o emocional.

Até quando! Até Quando!
Sem rumo e sem mando,
Destempera a alça do comando,
A solidão na multidão, uma luz se apagando.

O tempo passou,
Nas alegrias por vezes trafegou,
Das fatias fatiadas, pedaço ficou.
No quarto escuro a alma chorou.
Nas desventuras da vida,
Pede-se uma nova partida,
De coragem atrevida,
Conquistar a paz distraída.

Não sei se é agrado ou desagrado,
Não sei se é leve o peso do fardo,
Que por tantas vezes carregado,
Fez escaras no coração magoado.

Chorar por dentro é água represada,
É a mentira da alegria deslavada.
A busca da conquista conquistada,
Das muitas portas abertas, uma delas está fechada.

No entardecer da vida,
Ainda há tempo e sobrevida.
A hora pede compreensão e decisão,
Mudar de vez pode agradar o coração.

O respeito não pode faltar,
É o espelho e o espelhar,
É amigo do olhar,
É o sabor que enfeita o paladar.

Reclamar de tudo,
É aparar barba de barbudo.
A mesma cara do carrancudo,
Fere aos poucos. É pedrada sem escudo.

Choro por dentro,
Choro de dentro.
Quero o alento,
Por mais um pouco não aguento.

Quero a paz no medo,
Quero o amor e o aconchego.
Subo aos céus e peço arrego,
Dê-me a paz, o caminho e o sossego.

Livre-me dos apegos do passado,
Livre-me das promessas, o pecado.
Anjos meus tragam um recado,
Escrito bem grande como AMAR E SER AMADO.

Élcio José Martins