MOSCAS Tem dias que acordo e me lembro... MARCELLO FIGUEIRA
MOSCAS
Tem dias que acordo e me lembro de ti Florbela,
Como a poetisa portuguesa fazes bem aos meus ouvidos,
Diferentemente da urticária da rede social que me martela,
Pobre martelo dos meus ouvidos, sofre com esse período.
Período nebuloso, que me faz afugentar, nas tuas pernas,
Quando minha têmpora encosta, sinto tuas mãos, em meus cabelos,
Tudo faz sentido, as lembranças mais bucólicas, agora são eternas,
faço, suplico que a voz dada aos muitos seja um inicio dos apelos.
Apelos para que as palavras sejam sempre arte,
Se não acho que muitos poetas vão partir para Marte,
Por uma tela, num papel, tudo banalizado.
Acabou o pensar, imaginar, e agora: escravizado.
Pois, às vezes não consigo entender abreviaturas toscas,
Que fazem os que amam as palavras serem meras moscas.