Diante da liquidez das relações,... Matheus Borella
Diante da liquidez das relações,
Sábio é quem faz de si um rio.
Deixa fluir tudo que corre em si,
Desvia das pedras, das montanhas,
Vai do alto ao baixo.
Quando seu céu chora, se enche.
Quando seu tempo seca, se conserva.
Depois que já fez seu caminho,
Nos irregulares planaltos do continente da vida,
Deságua já pequeno no vasto mar da eternidade.
Dissolvendo toda sua história no infinito.
E o ciclo se recomeça na completa neutralidade do mar.
Numa nuvem, a gota de chuva que era rio cai,
E como que por um milagre, renasce.