Joguei meu álbum fora Com ele... Renato Figueiredo
Joguei meu álbum fora
Com ele lembranças e memórias
Por que queremos nos lembrar de dias bons e noites melhores?
Se tudo não está mais aqui.
O medo de não haver nada que supere devora nossa alma
Gravidade implacável lhe clamo calma
Insegurança habita de forma concreta
Desespero se hospeda e não arreda
Li que um amor novo sempre é melhor que um velho
O tempo as vezes pode se tornar estéril
Por que não esqueço de outrora?
De passeios a meia noite
De andar de mãos dadas em meio a flora
O sentimento da nostalgia é reconfortante
As sombras engoliram meu prazer de forma gritante
Eu quero a realidade frígida e fria
Apanhei. Ela não se importava o quanto sofria
Bate em sua cara com força descomunal
Que não somente tira o ar de seus pulmões
Mas também, da mais saudade que o normal
A dor faz boa companhia se acompanhada do contentamento
Lembrança sem prática é puro tormento.
Evitei o confronto
Quando deveria ter corrido ao encontro
Pelo menos a dúvida estaria em outra casa
Em outro peito queimando como brasa
E aqui reinaria a paz de espirito
Ou a paz do corpo, qualquer uma que faça sentido.
Aprendi que as obrigações sempre vêm
A galope, em envelope....
Procrastinar é postergar o inevitável
O universo não aprova quem atrasa o irrefutável
Amo o confronto e adoro o burburinho
Pois sei que ali está o que me cresce pelo caminho
Minhas palavras não serão mais tolas
Furor do nada sobreposto de forma boba
Confronte o mundo e brigue com tudo
Nada melhor que fazer o imaginável para usar de escudo
Espero o difícil, no entanto, seja recompensador
Emoção tocando mais alto que um tambor
Pois se os caminhos são fáceis,
A recompensa não compensa.
Vivo do melhor modo que posso
Aquele que não odeia. Isto eu endosso
Não sei quando se encerrará
Meticulosamente todas as possibilidades levam até lá
Passarei de forma leve e serena
Acudi os outros e amei de forma plena
Lembrando que as lembranças de mim serão mais suaves que amargas
Mais doces que salgadas
Meu legado se resumiu a adoração ao bem, ao desejo do não corriqueiro
A fartura de alegrias, a faltura de ser mexeriqueiro
Ao amor desmedido e inefável
Ao desbunde e ao papel de bobo incurável
Signifiquei pouco a muitos e muito a poucos
Desisti dos doídos, concentrei nos doidos
Forjado ao inesperado
Adaptado ao esmerado
Felicidade se estabelece de modo sorrateiro
Frenesi intenso dificulta ser forasteiro.