Acordei. Abri os olhos. Lembrei de cenas... Arthus Torres
Acordei. Abri os olhos. Lembrei de cenas do dia anterior e o estômago revirou. Abri a porta do quarto, sai correndo, levei a mão à boca antes de abrir o vaso sanitário, mas foi inútil. O vômito veio avassalador, ardendo a faringe antes que pudesse conter e eu derramei. Derramei ali no vaso todas as tentativas inúteis de acalmar a alma com álcool no dia anterior. A ressaca já mostrava indícios de que o dia seria de botar pra fora. Bebi um copo de água gelada e parecia o maior elixir que um ser humano já havia experimentado. Devorei três fatias de melão, não sabia que era tão bom. Aliás, fazia tempo que eu não sabia o que era tão bom. Deitei no sofá, liguei a Tv, tentei assistir um seriado e as náuseas não deixaram. E então me sobreveio ele, o pensamento nele, aquela saudade. A saudade da pessoa errada, na hora errada. As náuseas pioraram, o dia piorou, era Domingo, entendi na hora. O dia foi passando, as náuseas diminuindo, a saudade aumentando. Adormeci novamente, já estava escuro. E a saudade? Não adianta dormir que não passa.