Aedes Aegypti O número de casos de... Djalma CMF
Aedes Aegypti
O número de casos de dengue registrados no Brasil em 2015 já é 240% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, em São Paulo com 257.809 casos confirmados, concentra mais da metade dos casos do País. O número é quase 700% maior que o mesmo período do ano passado, quando 35 mil pessoas foram infectadas. Quando tomamos ciência do número de pessoas atingidas pela picada do Aedes aegypti em São Paulo, percebemos se tratar de uma verdadeira epidemia. Aí nos remetemos a falta d'água que o estado está sofrendo a mais de um ano, pessoas estocando água de todas as formas irregulares possíveis, até quem não tem as mínimas condições de fazê-lo têm feito por necessidade, além da falta de políticas publicas, isso também pode ter concorrido para o agravamento da doença no estado. É pessoal, lá se vai o tempo em que o pernilongo era o maior perturbador do nosso sono, as chamadas muriçocas ou carapanãs, entre tantos outros nomes regionais dados a esses aprendizes de vampiros nos tem deixado saudade. Lembro-me das noites de verão quando eu ia para o interior, era um maior do que o outro, eles não davam sossego, enquanto um tocava uma sonora música ao pé do ouvido para nos distrair outros se alimentavam de nossas pernas descobertas. Algumas picadas machucavam pra valer já outras pareciam que os locais eram anestesiados antes das picadas. Ao amanhecer dava a impressão de que tínhamos adquirido catapora de tantas picadas, mas no decorrer do dia a vingança era certa, pegávamos os bichinhos dormindo com as suas barriginhas vermelhinhas do nosso liquido precioso. Numa só pancada eles explodiam, ia sangue para tudo quanto é lado, as pinturas das paredes não resistiam as tantas marcas de sangue, as nossas mãos traziam o que sobrou dos pobres mosquitos mergulhados numa poça de sangue humano, até porque, quando estão de barriga vazia, ao matá-los não há vestígios de nada vermelho no seu corpo, fica tudo amarronzado. Mas era uma luta leal, eles pela sobrevivência, nós para nos livrarmos do incomodo noturno e daquelas marcas desagradáveis que perduravam por alguns dias. Toda noite havia guerra, seja no interior ou na cidade, em maior ou menor número a lutar era franca e nós sempre vencíamos pelo tamanho, força e tecnologia. Mas agora parece que eles formaram uma tropa de elite, não querem somente se alimentar do nosso sangue, eles querem nos exterminar, vingar os entes queridos do passado. O Aedes aegypti tem semelhança com o Estado Islâmico, destrói tudo o que ver pela frente, seja rico, ou seja, pobre o mosquito sempre vem! E mesmo com a luz no fim do túnel que apareceu, através dos estudos científicos que passaram a criar essa classe de mosquito em laboratório, percebesse que ainda não é o fim, a caminhada é longa nesta luta, mas acredito que juntos as campanhas publicitárias, a conscientização da população e os esforços dos cientistas, em longo prazo resolverão este problema.