Anna e o Corvo Quando o corvo pousou no... Elisa Flor
Anna e o Corvo
Quando o corvo pousou no caibro do quarto de Anna
Chovia uma chuva fina, o ar estava parado e denso
Em seus pensamentos não havia nada. Alma vazia
de qualquer sentimento;debilidade e alheamento...
Entreabriu os olhos, cerrou seus longos cílios negros
e fitou o olhar vermelho da criatura... Insondável!
Mas de certa forma, ela sentiu que o bicho sabia dela
Que podia ver além... Prescrutar seu ser desolado,cético.
Silenciosa, mas sem temor algum, Anna se moveu
Andou pelo quarto,tropegamente, porém sem temor algum
Nada havia naquela ave espantosa que a afugentasse
De certa forma, o universo de ambos se confundiram...
A escuridão da alma de Anna e da ave se substanciaram
Nada havia para ser dito, entendido ou explicado...Enfim,
ambos eram seres da escuridão... Mortos de calor ou amor!
Ela continuou a mesma; mas o corvo não partiu, nunca mais.