É um cinza meio morto, ofuscante, mas... PianoEmpoeirado

É um cinza meio morto, ofuscante, mas que ainda sim, serve para embaçar minha visão. Tento ampliar o modo como tento ver, mas de nada adianta, toda aquela neblina cega-me completamente. Estou preso no mundo que cresci, e dele não posso mais sair, nem a frente consigo enxergar, tudo que queria ver foi tirado de mim, seja pelos acontecimentos inevitáveis, ou por essa fumaça desconfortante. Eu já tentei correr para a frente, para os lados, mas é como se eu andasse em círculos, como se aquilo não tivesse um fim. Eu já não mais sabia onde estava, só sabia para onde queria ir, e eu queria ir embora dali, não sabia como, apenas sentia o desconforto, sabia que não pertencia, sabia que eu queria sumir, só não sabia como sumir, apenas senti. Eu corri tanto, mas tanto, que acabei escorregando, escorreguei na lama, deslizei pela grama, e aos seus pés cheguei, cheguei desacordado. Quando voltei a mim, olhei em sua feição, não sabia o motivo, apenas senti um certo conforto, talvez seja porque consegui finalmente sair dali, daquela escuridão, e, quando volto a visão em sua face, encontro-a, com um sorriso tímido, esperando algo de mim, eu não sabia o que falar, e muito menos como me expressar, então timidamente sorri. O resto eu não conto, pois a partir daqui, se tornou um sonho, um sonho que eu quero sonhar, sonhar, sonhar, e sentir…
- A miragem refletida no céu