AMOR PSICODÉLICO As horas passam... Genésio Cavalcanti
AMOR PSICODÉLICO
As horas passam aleatoriamente
Desnecessário se faz esperá-la.
Desse modo não posso, não devo
Ter que me sujeitar...
Cansei. Desisto!
Desisto de sofrer por alguém
Que não me quer, não me ama!
Decididamente, chega! Chegou a hora
De seguir em frente, levantar a cabeça
Nunca mais me submeter a caprichos
A infortúnios dolorosos da paixão.
Nossos caminhos, são caminhos contraditórios
Tantas vezes nos encontramos
E nesses encontros não nos achamos.
Sem haver uma explicação, uma resposta
Tudo se embaraça às nossas voltas
Como se fossemos dois estranhos
Num lugar ainda mais estranho... Como pode?
Seria um amor psicodélico? Ou simplesmente...
Estaríamos vivendo um desencanto frenético?
Se você não me compreende... paciência!
O que posso fazer? Mudar o incompreensível?
Um homem não muda seus atos, quando seus atos
Fazem parte de um sonho, de uma história.
E numa história de amor, não se ama sem ser amado.
Se tudo aquilo que imaginamos viver, termina agora
Que termine. Sobreviverei! Juntarei os destroços
E todos os resíduos que permanecem
Dentro da alma, dentro do coração
E os expulsarei um a um e a todos
De forma que nem mesmo as lembranças
Possam manter-se avivadas.
Se a culpa foi minha ou sua, já não importa.
Deixemos que o tempo apague
Tudo aquilo que um dia pensamos querer.