Vejo por ai pessoas postarem em suas... Fábio Murilo

Vejo por ai pessoas postarem em suas mídias sociais fotos com seus animaizinhos de estimação, às vezes, até, agarrados aos tais, atualizarem suas fotos de perfil, até ai nada de mais, meigo e justo com os amiguinhos peludos, membros da família. Senão, o fato de alguns externarem em comentários, outros, desencantados com os de sua própria espécie, por motivos
vários, magoados, decepcionados. Que o bicho irracional, sem livre arbítrio, quase um autômato, jamais faria tais coisas, coisa e tal. Assim, fica fácil de conviver, cômodo.
Percebo um medo do outro. Já sofri decepção dilacerante também, como uma serra a corta-me ao meio, uma flecha caprichosamente direcionada, um primor de pontaria, varou-me o peito, um machado deixou-o dilacerado parecendo uma alface, ridicularizado. Sei não, tava sentido que tava entrando em depressão após um mês, desestruturado por dentro, deu pra tanto. Mas, apesar do soco na boca do estômago ao virar a esquina, ainda não deixei de acreditar na humanidade, dar um voto de confiança, nem todos são iguais, ainda bem.
Também tem gente, vou te contar, de um melindre só, não se pode nem pisar no dedo sem querer, que pode virar o motivo da terceira guerra mundial. Às vezes as pessoas acordam em dias não muitos bons, atravessam suas tempestades pessoais, que a gente não sabe, tão naqueles dias, TPM mesmo. Bronca safada, oxi!
Contam-se nos dedos, dizem, os bons. Pois é, já contei uns cinco por ai, ao longo da vida, memoráveis!!! Gestos de espantosa, voluntaria, desinteressada, heroica, inspiradora, rara e inquestionável honestidade e desinteressado amor ao próximo, mesmo. Mas existem mais... É que as pessoas não se permitem serem assim, acham mais prudente não se esporem tanto, conveniente, se envergonham até, até tentam, mas... Sei não. Cadê a atitude, personalidade? É que estão, desde pequenos, a vida toda, condicionados, desacostumados. Gestos diários de cordialidades ao menos como um Bom dia, boa tarde, boa noite, já seria um bom começo pra quebrar o gelo. Gente aqui mesmo tem que vale uma boa prosa, do bem, indo e voltado, atesto. Que bom meu Deus, muito obrigado, sinto-me menos só, grato, raríssima pessoa, que goza a minha mais alta estima e consideração, que agora deve estar lendo, tou me referindo a você mesmo, visse, rs.
Pronto!!! Agorinha mesmo, por uma feliz coincidência, precisei dar uma pausa aqui, pois me vieram contar que a vizinha assinou uma declaração pra outra como testemunha, já que o documento exigia que teria que ser só ela, a vizinha, pra um fim especifico. Acontece que a vizinha necessitada, vive implicando com ela, um histórico de nós cegos, e não fala, e se fala, fala mal, implica, ofende-a frequentemente e ela não diz nada, conforme já nos disse, só ignora. A vizinha nó cego, não foi falar com ela mandou o filho levar o tal documento pra ela gentilmente assinar. Cara de pau! Madeira das boas! Essa bateu todos os records da arte do cinismo, ultrapassou todas as expectativas, inovou. Daquelas caras de pau madeira que cupim não rói, se destrói na primeira dentada, "o mundo dá voltas", como dizem, e essa santa mulher assinou sem objeção. Uma riqueza de vizinha, uma pessoa boníssima, sem estresse, minha vizinha também, que sorte, vive rindo a toa, todo dia, toda hora, daquelas risadas que vai embora, contagia e todo mundo ouve, até a risada incomoda a outra.
Pois é, triste imaginar as coisas desse ponto, dessa visão apocalíptica, de pessoas desconfiadas até de sua própria sombra, que levantam altos muros e ficam trancafiadas em liberdade, ou gozando uma ilusória segurança, vendo só parede em sua frente, e