Mundo imundo Meus demônios me rodeiam... Emanuel Becker
Mundo imundo
Meus demônios me rodeiam dia e noite,
É inevitável, hora ou outra cedo.
Dou um petisco pra eles:
Pedacinho encucado de paz que encontrei num tropeção idiota.
Grande parte do tempo mantenho o equilíbrio.
Um grande palhaço gordo na corda.
De um lado esterco, do outro lodo .
Se eu cair não escapo limpo.
Então, nessa atmosfera estranha e densa me encontro.
Entre sementes boas e frutos ruins.
Sinto-me mal, enjoo , azia.
Vomito palavras vagas numa folha de caderno.
Será que alguém é como eu?
Será que alguém pensa como eu?
Duas de milhares de perguntas que não sei a resposta.
Será hora de parar de perguntar?