E todo o estrondo que eu podia ouvir,... Petros Medeiros
E todo o estrondo que eu podia ouvir,
ainda não eram teus trovões,
mas o bater de meus tambores
implorando tuas revelações,
era eu que fazia o som,
era em busca de mim mesmo que
estive esse tempo inteiro,
inteiro,
me entregando por inteiro,
mas sozinho sou incapaz de controlar as erupções,
incapaz de ser a flecha e o arqueiro.
Gota por gota de sangue,
de suor,
cada lágrima derramada,
toda a dança,
cada batida de tambor,
todos os gestos
foram por você,
foram para você;
meu peito rasgado e exposto a céu aberto,
em busca de representar o meu amor.
Toda a fumaça,
o sal,
o ar,
a dor,
ardor,
o salmodiar,
meus gritos clamados em fervor,
as orações,
em busca de alcançar
ainda que apenas um pouco
de teu sabor,
de teu toque,
de tuas canções,
de teu amor.