POETA QUE É POETA Não me aperto e nem... Paula Monteiro
POETA QUE É POETA
Não me aperto e
nem tenho pressa de nada !
O tempo é sempre lento
debruçado nas margens dos
meus pensamentos.
Poeta por vezes tem escada
que os levam ao arco íris e as nuvens.
N'outras tem redemoinhos nos olhos
que por entre silentes madrugadas
são orquestradas tão somente pelos
vastos sonhos.
Poeta que é poeta
Não espera
e nem tem certeza de nada
Não treina asas para viajar
Não sabe quando sua lagarta vai voar
Não empina horas exatas
Não afia flores a serem inaladas
Não ensaia versos no seu templo
Não desenha o vindouro tempo ...
Poetas não estão seguros de nada !
A não ser a eternidade da sua alma
sentada nas plumas das suas mãos
e despejadas num papel
de cor invisível encontrado no chão.
Contando histórias
quiçá vividas
imaginárias
e que talvez nascerão
ou não
no seu vasto coração.