MALDITO TEMPO Chega o tempo em que os... Anna Corvo ( Pseudônimo de...

MALDITO TEMPO

Chega o tempo em que os ponteiros nos bastam!
A rotina nos amofina numa rede de mesmices
É um abrir os olhos sem despertar
A ausência do novo estagna
Não há promessas de beijos
Nem preâmbulos de orgasmos
Tudo é nada senão repouso...
Repouso forçado de um corpo ainda vivo
Vivo?___ Quem disse?!
( belíssima ironia, se me permitem)...
Sucumbindo ante a morte prematura
O mar não é mais tão azul
O céu cinza derrama cortina de fumaça sobre a cabeça
Estrelas? Quais estrelas?
Afogaram-se numa abóboda sem luar!
___ O que fazer das horas meu Deus!
E Deus, dos confins sabe-se de onde
nada responde!
Confinamento dos sonhos
Quimeras de histórias cruas
Sem lendas
Sem magia
Sem beleza...
Até a poesia tomou ares de vazia
O que antes era utopia
agora jaz numa lápide mal caiada
...Esquecida de flores
Sem memoriais...
Sem Epitáfios
Sem saudades
Sepulcros cujas carnes ainda deambulam
Alheias aos versos
Isentas de vida
Desgraçados
(Tão arrependidos de terem sido gerados)!!
.... Malditos momentos esses!
Oxalá que o vento os varressem!
Apagasse já a memória
de tais zumbis.
Que esmorecem ao tempo.
E onde foram os dias repletos de paixão a amor?
Meu Deus...
Onde foram?
Não.
Um milhão de vezes não!
Assassinem o ser antes deste tempo.
Porque já é tarde
E não há porque adormecer
Muito menos despertar!