Ninguém me vê Não sou invisível... Débora Wello
Ninguém me vê
Não sou invisível
Chamam-me desprezível
"Não temos o mesmo nível " diz ela
Sem saber que eu...
Já passei sub níveis
Sub níveis possíveis
E impossíveis
Sinto um aperto
Isto é dor, desespero
Já nada quero, nada espero.
Tenho medo, medo de não ser tudo
de ser negro, branco, amarelo...
Castanho, vermelho, surdo, mudo...
Cego, pobre, albino...
De ser doente, de ser impaciente
Tenho de isto tudo
Aliás eu sou o mundo
Até dos mais imundos
Aos abstratos
Tenho de tudo
Chamam-me desprezível
Não sou invisível
Contudo...
Ninguém me vê.