Quantas cartas irei ter que jogar fora?... JBhering

Quantas cartas irei ter que jogar fora? Quantas palavras cortadas mais? Quantas promessas sem cumprir irei ter que suportar? São tantas memórias que de vez em quando me perco. Me perco no nada do qual tudo se tornou, de tudo que tive que dizer adeus e de tudo que destruir.

Mãos entrelaçadas, corpos enrolados e suspiros sem pudor. Tudo jogado no lixo, escavado no chão do inferno. Pois é isso que sempre penso, algo que não me salvou, me prendeu, me martirizou e foi se pra um dia assim, talvez como este me prender em poucas memórias que por alguma razão ainda lembranças, como um filme antigo do qual você apenas se lembra do que mais chamou sua atenção e é claro, porque não aquele frio na espinha. Seja medo ou os melhores dos prazeres momentâneos que esse mundo impuro pode oferecer.

Não entregar meu coração a promessas, não trocar meu cotidiano por algo que não se tem certeza, não fazer o possível e impossível por alguém do qual, mal olha em seus olhos, aprendi. Em quem confiar se não nos seus olhos meu amor, não mais amor. Sinto muito não ter contado tudo que queria, sinto em dizer que tinha mais que queria ter feito e por agora somente agradeço por não ter sido mais tola do que já fui. Você sabe, era pra ter sido meu tudo.

Sentir seu perfume e ouvir sua respiração era algo que no momento eu poderia dizer que queria para sempre. Mas não prendia meu pensamento no tempo livre, era como se fosse minha distração por alguns minutos e talvez horas, a inconstância não me dominava… O assunto não era interessante, por alguma razão você tinha que me exaltar. Quem me conhece sabe, não é com elogios ou esperas contadas de algo que ainda não aconteceu que vai me prender… Como diz minha mãe, eu tenho que ver defeito em tudo.

E talvez meu maior pecado seja escrever sobre todos vocês que eu tenha mostrado meu desinteresse, que eu tenha dito que não mais queria a companhia, que ferir seu coração e talvez promessas que não cumprir. Mas saiba que nunca, em hipótese nenhuma mentir no que dizia. Errei, errei feio ao ter precipitação sobre algumas coisas e assim ter perdido todo o interesse e assim mesmo abandonar o barco. Hoje talvez tenha visto quanta sorte teve em não ter conturbações ao teu lado.

Foram sonhos, promessas e tempo descartado. E tudo que resta hoje é o filme confuso e incompleto de várias histórias em minha mente.

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