Não sei explicar o porque? Nem Quando?... Mônica Ermírio
Não sei explicar o porque? Nem
Quando? E muito menos pra que? Só sei que você não pediu licença e sem
que eu esperasse você já havia conquistado um lugar que não estava disponível. Mas, que se tornou seu.
Foi rápido. O tempo de um abraço. Tudo bem, foi um abraço mais apertado, mais longo. Mas era pra ser apenas um abraço como tantos outros dados em tantas outras pessoas naquela noite.
Não sabia que o caminho de volta seria longo e nos perderíamos tentando achar a saída. Não sabia que um abraço, um simples abraço poderia me fazer perder o caminho.
Um abraço que acalmou, me fez encontrar abrigo, me fez reviver sentimentos que ha muito havia perdido. Sentimentos que não mais queria sentir. E senti. Dentro daquele abraço coube tanta coisa, encontrei tanta coisa que não sei nem onde guardar.
E como guardar? Onde guardar? Como esconder e esquecer o que despertou? Como me convencer que o melhor é renegar, que o certo é abrir mão, que a partir de hoje é errado?
Afinal, o que é errado? Despertar algo que não se pode viver? Ou viver algo que não poderia ter sido despertado? "A boca fala do que o coração ta cheio." "A gente só dá o que tem!" E o que eu faço com tudo isso que teremos que guardar, aonde eu não sei...só sei que bem longe dos olhos e do coração.
Faz assim. Volta no tempo, não me abraça, não beija meus olhos, que dai, talvez eu não me apaixone, talvez eu não te ame. Mesmo estando escrito e o encontro marcado. Tenta. Talvez eu não queira, eu não sinta. Tenta. Talvez a gente não se reconheça. Tenta. Porque eu já não consigo mais nada.