Em tempos de valores com preços de... Rodrigo sampaio

Em tempos de valores com preços de relacionamentos fugazes fúteis na base de interesses líquidos e amores fracos,onde ter uma etiqueta Ralph Lauren é mais importante do que ter conteúdo fica difícil mantermos nossa autoestima em um nível minimamente coerente,fica difícil conseguir encontrar pessoas que conseguem se aproximar da gente de forma transparente e incondicional, saindo de si do próprio mundinho, que se doa com generosidade sincera mostrando disposto a fazer concessões, a parar bem de pertinho
As pessoas, entre outras coisas, também são movidas por interesses, no entanto, ultimamente, parece que somente o que temos a oferecer em termos de materialidade é o que mais pesa na aproximação de quem nos procura. As necessidades atrelam-se primeiro ao que traz conforto material, popularidade, visibilidade social e status; ou seja, aquilo de mais precioso que temos dentro de nós não chega a valer nada
Por isso é que algumas pessoas deixam de nos procurar, simplesmente porque o que temos é tão somente o que somos e podemos oferecer de humano, de sentimento, de afetividade. Isso é pouco, isso não tem etiqueta, o dinheiro não compra, isso não revela nosso salário mensal e, assim vamos deixando de ser prioridade na vida dos outros, enquanto assistimos aos amigos, parceiros, colegas de trabalho saindo à procura de alguém com quem possam desfrutar de conforto e pretenso de sucesso,igual uma miragem no deserto, a visão do seculo água potável em um calor 50 graus,mas ao se aproximar vem surto de realidade na verdade era tudo criado pelo seu imaginário,não tinha a fonte de água cristalina que tanto imaginara.
Então temos que manter por perto somente quem vem com verdade e despretensão, quem vem somar, quem vem porque sim, sem interesses, sem cobrar por mais, quem nos enxerga além do que aparentamos. Os demais, que nos procurarão, nos momentos em que não encontrarão ninguém, e então se lembrarem de nossa existência, deixemos que o tempo e a vida se encarreguem de ensinar-lhes a ser mais gente – se é que pessoas assim são capazes de aprender com os tombos.
Somos humanos, somos sentimentos, não podemos achar que conseguiremos ficar tranquilos sendo últimas opções das pessoas, aceitando o desprezo que convém aos interesses alheios, o descaso de quem só nos enxerga quando quiser, quando estiver sozinho. Sempre seremos prioridade para a pessoa certa, para quem nos ama por inteiro e se entrega sem nem pensar em porquês. Já quem vier com menos, que se apequene para lá, bem longe da nossa felicidade.