Volta e meia, me pego refletindo sobre o... Gustavo Aschar

Volta e meia, me pego refletindo sobre o que eu fiz (ou deixei de fazer). Sempre fui uma pessoa que se martiriza muito pelos próprios erros e, mesmo sabendo que me maltratar por algo que já passou não vai mudar os fatos do que aconteceu, eu sigo pensando e repensando nas coisas que poderiam ser diferentes. De fato, a gente não pode mudar o passado: ele sempre vai ser uma ferida que até fecha, mas nunca deixa de ser cicatriz. Mas aprendi que, mesmo eu não precisando me martirizar eternamente pelo que eu fiz de errado, eu posso (e devo!) olhar para a frente sempre tendo o passado como uma boa lição. Se eu errei, preciso me perdoar por isso. E isso significa parar de chorar pelo leite derramado, mas, também, não esquecer (nunca, em hipótese alguma) as consequencias das coisas ruins que eu fiz não só para mim, mas, especialmente, para aqueles que eu amo, que me amam e que nunca mereceram as minhas pisadas na bola. Volta e meia, reflito. E percebo, também, o quanto o tempo e o universo como um todo foram generosos deixando de lado a máxima "todo mundo merece uma segunda chance" e me dando, na verdade, uma terceira chance, uma quarta, quinta e muito além. Mas até quando o mundo vai ser tão bondoso assim? Não sei, e quem é que sabe afinal? Nos resta refletir, sim. E não se culpar eternamente por cada erro, mas, também, valorizá-los, um a um, como uma oportunidade incrível que a vida nos dá de não cometê-los novamente. Haverá o dia em que não sobrará tempo suficiente para novas reflexões e, especialmente, para outras e (quase) infinitas chances.