​Desafinado Escreve e não lê. Falta... Kristien

​Desafinado
Escreve e não lê.
Falta coragem para rever seus papéis,
Deposita as letras em qualquer canto.
Garranchos intelectuais , nenhum caderno de caligrafia acertaria aquela mente disforme.

Letras desleixadas não deram conta de suas inquietudes.
Poeta romântico das palavras imundas.
Não sabe onde reside a sordidez,
Trata enfermo sobre belezas exóticas e paisagens nubladas.

Chegou um dia,
Quase noite.
Se deu conta do seu tom.
Agudo.
Uníssono.
Em seus discursos as entrelinhas eram opacas.
Pecava: não permita subentender cousa alguma.

É preciso dizer por si, definir. Porém é sabido: mais importa que o outro leia o que você esconde do que o óbvio dito em teu escrito .

Um texto sem segredos é como uma mágica descoberta, está entregue ao tédio e envolvido nos panos quentes do esquecimento.

Desperta enquanto há tempo. Reserva nas suas sentenças a própria absolvição.

Permita ao teu leitor o julgamento e o ato de recriação por sobre o teu sopro inspirador.