SOMOS GENTE IGUAL E DIFERENTE Ser igual?... Nara Juscely Minervino de...

SOMOS GENTE IGUAL E DIFERENTE

Ser igual?
Ou ser diferente?
Ser um não é ser o outro?
Ou será que sendo o outro é que somos um?

Nem igual
Nem diferente.
Somos humanos!
Somos gente!
Falamos muito do outro
Pensamos pouco na gente.

Somos gente!

Gente que pensa
Gente que sente
Gente que chora,
mas, também,
gente que ri
do amanhã
e do agora.

Somos gente!

Gente que não se importa
com quem sai batendo a porta,
mas que fica com saudade
de quem vai e que não volta;
Gente que chora
de medo e de saudade,
mas que chora muito e bem mais
com o alto grau da maldade.

Somos gente!

Gente que acredita
no lado "mais bom" da vida:
na felicidade estentida,
no amor, na paz florida,
no encontro casual
e no amor animal.

Acreditamos em tudo
e de tudo duvidamos também.
O que levamos desta vida?
não sabe você, não sabe ninguém.

Somos gente!

Gente que não tem medo
de ser de tudo diferente
e também bem parecido
com muita coisa que é igual:
igual nos sonhos,
igual nos medos e,
por que não?,
igual também nos desejos.

Se é tão comum assim
sermos iguais e diferentes,
por que você me olha, então,
com olhar de crucificação?
Você não tem defeitos?
Pois defeitos tenho eu.
Você não tem virtudes?
Quão virtudes constroem o que é meu!

Eu grito.
Eu chamo.
Cochicho.
Remexo.
Requebro
e minto.
Eu salto
e desço do salto.
Eu brigo com desespero
e mergulho muitas almas
no profundo fundo do medo.

Mas quem foi que jamais na vida
não fez um pouco do que fiz?
Foi você que, em sua vida,
nem sabe bem o que é ser feliz?
Ou foi você que, de alma lavada,
fez já, também, muita coisa errada?

Você é tudo o que sou
como eu sei muito bem ser você.
Você sorri como eu rio
e chora tão bem também
como chora o meu bem querer.

Não me olhe com essa cara
de quem não entende o que eu falo.
Somos corpos separados,
mas de espíritos bem irmanados.

Eu te amo.
Você me ama.
E, assim, fazemos a vida:
com a sua e a minha diferença;
com a sua e a minha alegria.
Vamos vencendo a ganância
e enganando a cobiça.
Não importa se o meu corpo
anda na contramão do seu
ou se os seus pensamentos
não falam como falam os meus.

O que importa é que no fundo,
no íntimo de nossas almas,
somos um mesmo no outro,
e fazemos os dois esse mundo,
e, se em nossas diferenças
pudermos também ser igual,
não haverá nenhum dilema
que para nós seja anormal.

Somos gente!