Por um Dr.House de vez em quando na vida... Alexandre Santos

Por um Dr.House de vez em quando na vida
Um Dr. House é uma ficção de seriado, eu sei... Mas seu roteiro não. Foi bem escrito. Bem elaborado. Foi feito para que possamos entender que a vida não está só nos princípios fáceis de julgar.
Há os que não procuram se posicionar infinitamente em uma só coisa. Que entendem que existem relatividades.
Existe muita gente que não esta nem aí para brancos, pretos, amarelos ou pardos - distinção de raças, credo ou quaisquer outros valores taxados. E, portanto - não paga um boi para brigar com ninguém se estar ou não certa.
É onde quero chegar! A gente briga tanto nas redes sociais por posicionamentos, que acabamos por levantarmos bandeiras do tipo esquerda ou direita? Liberal ou racista? Hetero ou gay? Culpado ou inocente?
Más, e quando o bandido é nosso filho? Ou estuprador é nosso pai? Forte né?
Então vamos amenizar para te colocar numa posição de escolha. O que tu faz quando descobre a traição de seu conjugue, mas o ama tanto que não deseja separar? Coloca para fora, declara para todos saberem ou oculta isso? Ou então, alguém que você ama desvia dinheiro da empresa, para dar uma vida melhor a você e seus filhos? Denuncia?
Quando tudo caminha na paz e no equilíbrio, fica muito fácil se posicionar na vida. Geralmente tomamos lados para defender, porque não nos envolvemos tanto. “Na distância todo tiro encontra alguém” – By Churchil
Sendo esse alguém desconhecido, verbalizar a razão é uma coisa que o ser humano mais sabe fazer. O duro mesmo. O duro de fato é defender o indefensável, sob a ótica de quem este atolado até o nariz no assunto.
Namorei pessoas na vida, cujo tom racista era implícito na família. Apesar de não escancarado, eu sabia que certas coisas não entravam em sua casa, assim como certas etnias não se relacionavam com seus familiares de forma aprofundada. Más, de resto era uma família linda e fantástica.
Você se posiciona contrário nas redes sociais, mas na vida tem de tolerar tais famílias, porque gosta de um individuo.
Então passa-se à relativizar tudo. Eu finjo que não sei, e tudo fica bem. E, para você? Quantos indivíduos, você conhece que fogem às regras do bom e politicamente correto? Será que você também não passa por cima ? Deixa pra lá pra não perder a relação?
Os textos da série sempre levavam o interlocutor pensar e dizer coisas à obrigar o ato de pensar e refletir sobre a hipocrisia das pessoas.
Você trai, mas não quer se traído; Você discursa os prós do casamento, mas se separa por qualquer bobagem; Crítica o governo incisivamente, mas não menciona a ligação empregatícia anterior à demissão; enfim uma gama enorme de razões que nos coloca cotidianamente em dicotomia com nossas reais “convicções”.
A gente constantemente ultrapassa sinal vermelho. Bebe ao sair dirigindo. Observa os seios das mulheres distraídas. Inveja à vida alheia. Inveja à mulher ou homem da outra. É um fato inerente a condição humana. Nascemos com o objetivo de conquistar, induzir, seduzir e possuir coisas ou pessoas. Os aspectos morais, ensinados pelos pais, escolas, sociedades, religiões é que nos moldam e aprisionam de forma a te colocar em conformismo com tudo. Não é uma crítica é uma constatação. Eu preferiria ser um bom samaritano 24 horas por dia. Lógico que amo ser legal. Amo as atitudes altruístas. Conservo-me liberal, mas conservador de razões que me mantenham sóbrio e equilibrado. Mas, jamais posso deixar de abrir espaço para o lado negro de todo ser humano. A gente vez por outra, precisa estar na pele de um House.