Eu morro a cada dia esperando por aquele... Amanda Blan

Eu morro a cada dia esperando por aquele momento

Nem sempre é doce a espera.

Nada posso te dar

No entanto estar lá novamente seria qualquer coisa como a magia dos dias que ressurgem.

Não é pesarosa minha estafante espera

Já que só espero pela lembrança agradável e o desejo da reincidência

A tua ausência não é falta

Vives em mim

Acordas em outros braços, descansas em outros ombros

Mas só vive verdadeiramente na minha presença.

Só es de verdade quando permite aos teus olhos que descansem nos meus.

Metade de mim é agonia

A outra metade é calmaria

Confio no destino que prega nossa perseguição.

Nossas almas não são gêmeas

Nossas almas são primas

São fotocopias

É o entendimento, o reconhecimento, a paz

São almas adjacentes

São almas de saudade.

Metade de mim é o que escrevo

A outra metade é o que penso, reservo

Apenas vislumbro vagarosamente, penando com meu fatigante desejo.

Porém, estas não são palavras de lamento

São de alegria

Já que saudade é o que fica de momentos transcendentes

Saudade é bom.

Não se sente saudade de momentos ruins

Saudade do ápice que não tivemos

Saudade do que não te disse

Saudade do que não te permiti.

Não posso exprimir corretamente

Só posso fechar os olhos e lembrar ou talvez só imaginar.

Sentir a saudade da ausência, da espera, da raiva

Saudade.

Saudade da infância, do gosto da comida, do cheiro do mar
Saudades da família reunida, do sono repousante
Saudade da brincadeira
Saudade do afago

Saudade do coração é diferente da saudade do corpo.