AMIGOS DE SEMPRE “Quem tem muitos... Nemilson Vieira de Moraes

AMIGOS DE SEMPRE

“Quem tem muitos amigos pode congratular-se, há amigos mais chegados do que um irmão”.

Os amigos de infância, sem dúvida, marcam nossa vida, para sempre. Porque temos por eles um “quê” a mais.

Perdoem-me os demais amigos que vieram depois! Mas, não fiquem tristes, nem por isso, sois menos importantes.

Vivendo há muitos anos na terra das Alterosas, isolei-me de muito, dos ternos amigos de Campos Belos.

Quando retorno à minha região de origem, ainda encontro-me, com alguns “amigos de sempre”; mas outros, infelizmente não.

E, aqueles que não os veremos jamais:

por já terem ido para o outro lado da vida. Olha que já perdi muita gente boa, da cidade que me viu crescer. Mas, paciência, isso faz parte do ciclo natural das coisas.

Dizem que eu também estou na fila... Eu nem sabia disso. Se for verdade, espero ser o último.

Sou muito gregário. Adoro manter e fazer novas amizades a cada dia. Para ir repondo na medida do possível, as perdas irreparáveis, desses seres iluminados que, nos vão deixando, ao longo do tempo.

Cada amigo de minha terra, que parte para a eternidade, é um baque inquietante que sinto, dentro do meu já, tão sôfrego coração. E, somente com o tempo me sinto mais aliviado um pouco.

Outro dia, ao acessar o blog do jornalista Dinomar Miranda – faço isso todos os dias. Essa plataforma é um espaço de grande utilidade, não somente para o povo da região do Nordeste de Goiás. Sua importância transpõe fronteiras. - E, ao deparar-me, no topo da página, com a foto e a noticia da morte trágica do Jacinto da Costa Madureira, filho de Estevam e Iram, não pude me conter: chorei muito!... De maneira tal, que os transeuntes que passavam na rua, ouviam o meu lamento.

No último retorno ao meu reduto familiar, agarrei-me a oportunidade de rever um grande amigo de infância, que há mais de 37 anos não a via. – O Claudionor, filho de Chico Pedro, um dos primeiros pedreiros profissionais da cidade; que construíra uma das lojas de papai na Rua do Comércio, e um dos primeiros atletas do famoso e memorável time de futebol amador da cidade, o Campos Belos Futebol Clube (CBFC).

Num domingo à noite, um dia antes do meu regresso a Minas Gerais, Adão, seu irmão, me ligou para avisar-me, que o dito amigo das antigas,estava na cidade.

Nem jantei direito, e corri para vê-lo. Afinal de contas era uma oportunidade única de matar uma grande saudade.

Alegramo-nos bastante nesse encontro!...

Mas, não foi possível por toda a conversa em dia, em tão pouco tempo; nem bem começamos a parlamentarmos, fomos interrompidos por um telefonema inesperado: era o vice- prefeito municipal, diretor e radialista de uma Rádio Comunitária local, Zé Cândido Cardoso, outro amigo nosso, de infância.

Não parava de conversar e nem o crédito do seu celular, acabava; e quando soube que eu estava agarrado de prosa com Claudionor, aí pronto:

fomos intimados por ele, na mesma hora, a comparecer à sua residência, sob o risco de não alcançar, em seu tribunal, o perdão devido, caso não o atendêssemos.

E, como não se convence uma autoridade constituída, muito facilmente...

Restou-nos, naquela mesma noite, acatar as ordens dadas. Apesar das horas avançadas – já eram quase vinte e três horas.

Para a minha surpresa, fomos recebidos com as honrarias de Chefe de Estado. Como fazem verdadeiros líderes, com seus ilustres convidados.

Ainda se recuperava de um delicado problema de saúde, e se mostrava muito otimista com a vida e seus meandros.

Falou-nos de sua atuação na política local, e sobre seus projetos para o bem comum de todos, da comunidade em que vive e atua.

Demonstrou muita sensibilidade com a cultura literária local: ao relatar-me que lera no ar, em seu programa “Manhã Sertaneja”, na Rádio, um dos meus artigos jornalísticos “O pôr do Sol em Campos Belos”, publicado no Jornal O Vetor de Roberto Naborfasan, veiculado em 03.06.2015.

E, ao colocar alguns livros de escritores da cidade e região, sobre uma mesa imensa na varanda de sua casa; discorreu sobre o conteúdo de cada um, que incluem relatos inéditos, sobre a rica história de Campos Belos - GO.

E, concluiu o fechamento da prosa, desta vez, nos convidando a estarmos no seu programa na Rádio Atividade FM, 87,9 às sete horas da manhã do dia seguinte.

Mais uma vez, não pudemos deixar de comparecer... Apesar de tentar me esquivar: com a alegação de não ter preparado, previamente, algo especial para ser discorrido no evento.

Na Rádio, falamos um pouco sobre a nossa infância, na terrinha; e falei também sobre a minha trajetória de vida; incluindo, Formação Acadêmica, e Produções Literárias.

Para não fugir a regra das boas relações: o presenteei com duas Antologias em que sou um dos autores: “ANELCA em Prosa e Verso”, 8° Edição 2014, da Academia Nevense de Letras Ciências e Artes; e “ALB Em Prosa e Verso” 1° Edição 2014, da Academia de Letras do Brasil (ALB-MG/RMBH).

E, como os diletos ouvintes, desta tão conceituada Rádio, não poderiam ficar de fora, disponibilizei também, dois exemplares das obras acima, mencionadas; para serem sorteados a eles.

Viajei feliz da vida, de volta, ao reduto dos mineiros; com as energias renovadas, pelo reencontro com os velhos amigos.

Continuo cada vez mais convicto, de que, o lugar dos “os amigos de sempre” é mesmo “do lado esquerdo do peito” como diz um dos cantores, que iniciou sua trajetória musical no Clube da Esquina.

Ainda é tempo de plantar a alegria, a amizade, a fraternidade; pois, o maior patrimônio de uma cidade é mesmo o ser humano. E os amigos que nela conquistarmos.

-16.04.16